Casal Tomé Rodrigues Nogueira do Ó e Maria de Leme Prado
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Baependy

Baependí é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2004 era de 17.974 habitantes.
De acordo com relatos sertanistas, a região sul-mineira ficou conhecida a partir de 1601. A conquista de Baependí aconteceu, no entanto, em fins do século XVII, por volta de 1692, quando os paulistas Antônio Delgado da Veiga, seu filho João da Veiga e o tio de Miguel Garcia Velho o capitão Manoel Garcia Velho, partiram de Taubaté (SP) em busca de ouro. Transpondo a Serra da Mantiqueira, alcançaram um sítio que chamaram maependi (mbaé-pindi significa "a clareira aberta" em tupi-guarani).
Cidade remanescente do chamado Ciclo do Ouro em Minas Gerais, Baependí se desenvolveu ao longo do caminho da Estrada Real - a primeira grande via de comunicação regular no Brasil -, que ligava a região das minas a Paraty (RJ), porto de onde saía o ouro em direção à Europa.
O madeirense Tomé Rodrigues Nogueira do Ó (1715), Capitão-mor e Provedor dos Quintos do "Registro da Mantiqueira", foi um dos primeiros moradores do local e foi considerado o fundador da cidade por ter feito as primeiras construções. A mineração foi, paulatinamente, substituída pela agricultura e a criação de gado. Destacou-se a grande lavoura do tabaco, que fez de Baependí o centro produtor da Província de Minas Gerais e representou importante fonte de riqueza até meados do século XIX.
Atualmente, a economia do município é baseada na agricultura, no comércio, no artesanato, na comercialização de pedras de quartzito e no turismo, já que a beleza natural é o forte da cidade, cercada de montanhas, matas, rios e inúmeras cachoeiras. O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependí. As peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de árvore de café são distribuídas em grandes centros urbanos como, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais do nordeste.
Baependí já era paróquia com funções eclesiásticas desde 1723. O sentimento de profunda religiosidade marca a história da cidade desde os primeiros tempos, traduzido pelos costumes de seu povo. A cerimônia da Semana Santa em Baependí acontece há mais de 200 anos, sendo uma das mais tradicionais de Minas Gerais. As procissões diárias acompanhadas de banda de música e coro, a representação da Paixão e Morte de Jesus Cristo, o canto da Verônica , o soar dos sinos e o som das matracas, revelam a fé e a tradição baependianas.
Os templos, debruçados pelas ladeiras esguias, parecem guardar a cidade e seus habitantes. O Santuário de N. Sra. da Conceição, mais conhecido como Igreja de Nhá Chica, é o mais visitado pelos fiéis, que também se encantam com a arquitetura e o acervo da Igreja Matriz N. Sra. do Montserrat (1754). As igrejas baependianas - da Matriz, de Nossa Senhora da Boa Morte (1815) e do Rosário (1820) - tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico, representam bens de grande valor para um povo que considera Nhá Chica o seu maior patrimônio espiritual.